Diz a lenda que o doce mais famoso de Portugal surgiu em meados de 1800, com a receita de um monge, no Mosteiro dos Jerônimos. Com a Revolução Liberal em 1820 as ordens religiosas foram extintas em Portugal e os conventos passaram a ser nacionalizados. Os trabalhares laicos que atuavam dentro dos mosteiros passaram a trabalhar fora dos mesmos.

Assim, um pasteleiro detentor da receita do famoso doce foi trabalhar em uma refinaria de açúcar e dentro de pouco tempo os Pastéis de Belém eram vendidos ao público.

Com o crescimento do turismo em Portugal o doce tornou-se famoso pelo mundo inteiro. Muitos tentaram e tentam copiar a iguaria, porém sem sucesso. O primeiro doceiro que veio dos mosteiros trabalhava em um quarto fechado durante a madrugada, não deixando ninguém entrar, enquanto misturava os ingredientes na proporção certa, conforme ensinado pelo frade que inventou a receita.

O dono atual da pastelaria registrou a patente da receita, um segredo guardado até os dias de hoje. Atualmente apenas três pessoas conhecem a receita, um pasteleiro, que trabalha no local a mais de 50 anos, e dois ajudantes de confiança que também trabalham no local a décadas. Eles tiveram que assinar um termo de responsabilidade em que se comprometiam a não ensinar a receita a ninguém.

Nos dias de hoje são fabricados de modo artesanal 10 mil pastéis diariamente. A massa é moldada nas formas manualmente. O que diferencia os verdadeiros Pastéis de Belém dos pastéis de nata normais é a receita exclusiva com as proporções certas e o modo de fazê-los totalmente artesanal, além, é claro, dos ingredientes de primeira qualidade, farinha, açúcar, leite e ovos.

A fábrica dos pastéis já virou objeto de estudos para os mais variados fins. E ao contrário dos cafés que se localizam próximo a confeitaria que aboliram as mesas e cadeiras para afastar clientes que permaneciam uma tarde inteira saboreando apenas um cafezinho no local, a fábrica decidiu aumentar as mesas e cadeiras para os clientes saborearem o famoso doce o que lhe rendeu ótimos resultados.

E você está pronto para experimentar essa delícia única de Lisboa? Conte-nos aqui.

* Rodrigo da Costa é jornalista colaborador do Restaurando Raízes

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